Rio – Tá na hora de tirar a garrafa PET do lixo e jogar fora o chuveiro elétrico. É difícil de acreditar, mas basta um investimento de R$ 120 e qualquer um pode aproveitar a luz do sol para economizar em 30% o consumo de energia, montando um coletor caseiro. A natureza e o bolso agradecem!
Tomar um banho por dia de cinco minutos, aquecido a energia elétrica, custa R$ 5 por mês. Parece pouco, só que a lavagem não é tão rápida e, geralmente, mais de uma pessoa usa o chuveiro. No fim das contas, um prédio de 20 andares chega a ter gasto de R$ 60 mil por ano, só em banhos. No Brasil, 80% das residências usam chuveiro elétrico.
O catarinense José Alcino Alano encontrou um jeito de aliviar o prejuízo e, de quebra, ajudar o planeta. Ele inventou um coletor de energia feito com garrafas PET, caixas de papelão e tubos de plástico, pintados com tinta preta. No verão, a água num aquecedor desses chega a 50 graus. E o plástico dura centenas de anos. Ou seja, o equipamento, não precisa de manutenção.
O coletor é mais adequado para casas, mas também pode ser instalado em prédios. É só calcular mais ou menos uma garrafa PET para cada litro da caixa d’água do edifício. Talvez você não consiga deixar a água muito quente, mas pelo menos vai deixá-la menos fria para que não precise forçar muito o chuveiro ou o aquecedor”, explica o professor de Física da Uerj Carlos Eduardo Leal, que dá oficinas no Rio para divulgar a invenção. “É muito fácil arrumar essas garrafas. Basta pedir para o porteiro e para os vizinhos te darem, em vez de jogarem fora”.
Além da economia financeira, a ideia diminui a quantidade de resíduos, o tempo de vida dos aterros sanitários e o risco de apagão e enchentes causadas por entupimentos de bueiros com garrafas. “É um alívio para o sistema elétrico nas horas de pico”, elogia Alano. Mais de 6 mil aquecedores já foram construídos no Paraná com apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Experiências mostram que, em 45 minutos, a temperatura da água no coletor dobra. O ápice do aquecimento é às 12h30, mas, se a caixa d’água for forrada com isopor, o banho fica aquecido até mesmo de manhã cedo. Na creche Chico Mendes, em Florianópolis, 150 crianças comprovam isso todo dia, graças a um coletor de 20 m², feito com mil garrafas PET. “Mesmo no inverno, funciona”, garante Karina Almeida, diretora da creche.
Os coletores solares industriais que promovem aquecimento de água custam em média R$ 5 mil e são feitos de placas de metal e tubos de cobre. Os usados para gerar energia elétrica custam entre R$ 5 mil e R$ 10 mil e são feitos de células fotoelétricas de silício.
Fonte: O Dia online