O Curso Riscos Biológicos ocorreu nos dias 6 e 7 de agosto na Fundacentro do Rio de Janeiro. “O curso surgiu de uma demanda do Seminário Trabalho e Prevenção, quando houve grande aceitação a essa temática no ano passado, e teve uma abordagem multidisciplinar”, afirma o chefe técnico da Fundacentro/RJ, Flavio Bentes. “Recebemos profissionais da saúde, técnicos de segurança do trabalho, engenheiros. Houve um público variado”, completa. Foram 59 participantes.
No primeiro dia, a coordenadora da Residência Médica em Medicina do Trabalho do Instituto Nacional do Câncer – Inca, Laura Campello, introduziu o tema riscos biológicos, apresentando os principais conceitos. Também abordou os acidentes com material biológico.
Já a médica do trabalho e tecnologista da Fundacentro/RJ, Fátima Viegas, discutiu os impactos da NR 32 na saúde dos trabalhadores. Essa norma regulamentadora abrange a Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, definindo risco biológico como “a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos”. Esses são “os microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons”.
“Em resumo, devemos estabelecer as prioridades de cada unidade, os diferentes graus de risco, seja do tipo de unidade, do tipo de setor dentro da unidade, do tipo de agente biológico em cada unidade, as rotinas de trabalho, a capacitação de funcionários e treinamento”, explica Viegas. “O objetivo é tornar o profissional mais consciente e mais capacitado sobre estes riscos existentes no ambiente de trabalho”, completa.
A médica da Fundacentro/RJ ressalta que se o profissional está protegido, ele vai proteger o paciente. “Uma das maiores causas de infecção é a não assepsia das mãos do profissional de saúde”, exemplifica. A implantação da NR 32, em sua avaliação, pode melhorar a qualidade do serviço, a qualidade de vida do paciente e do ambiente profissional. A mudança de cultura e de hábito e a capacitação do corpo clínico em sua totalidade são desafios que precisam ser enfrentados.
Viegas destaca ser necessária a implantação de níveis de segurança biológica, das medidas de proteção pertinentes e dos consequentes programas de proteção de risco e programas de saúde ocupacional. Além disso, as questões de segurança também passam pelos riscos químicos, no manuseio de materiais, principalmente de maior risco. São os casos, por exemplo, de quimioterápicos e antineoplásicos. As radiações ionizantes igualmente necessitam de ações para devida proteção.
Em 7 de agosto, a auditora fiscal da Superintendência Regional do Trabalho – SRT/RJ, Giselle Daflon, discutiu a fiscalização no setor da saúde. Finalizando o curso, a chefe do Laboratório de Controle Microbiológico de Medicamentos, Alimentos e Cosméticos e do Laboratório de Diagnóstico Molecular e Hematologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Helena Keiko, apresentou níveis de biossegurança e descarte de resíduos biológicos.
Fonte: Fundacentro