Começam a crescer casos de catapora. Ministério da Saúde estuda incluir imunizantes contra essa doença e a meningite, que pode ter matado garoto, no calendário nacional de vacinação. Pais precisam ficar atentos à chegada da primavera, este mês. É nesse período que ocorre o maior número de casos de catapora, doença que começa com lesões de pele e que pode levar à morte. “A aglomeração de crianças nas escolas e creches aumenta o risco”, diz Edimilson Migowski, pediatra e infectologista do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, da UFRJ. Ontem, o Ministério da Saúde afirmou que estuda a inclusão no Calendário Nacional de Vacinação não só do imunizante contra a catapora, mas também do que protege contra a meningite meningocócica, para que sejam distribuídos gratuitamente nos postos de saúde do País.
Atualmente, nas clínicas particulares de vacinação, é preciso desembolsar cerca de R$ 240 e R$ 405, respectivamente, para se imunizar contra a catapora e a meningite. Segundo o Ministério da Saúde, as vacinas precisam atender a cinco critérios para passar a fazer parte do calendário da União. A que protege contra a meningite já passou por quatro deles, mas ainda não há previsão para que o imunizante seja disponibilizado nos postos de saúde.
Desde o início do ano 32 pessoas já morreram no estado do Rio de Janeiro de meningite meningocócica. O menino Pedro Henrique Batista, 2 anos, que morreu domingo, pode ter sido mais uma vítima. Em todo o estado, já foram registrados 820 casos da doença este ano.
Segundo Patrícia Brasil, médica infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em casos de febre alta em crianças os pais precisam ficar atentos, em especial se surgirem também manchas vermelhas no corpo. Vômito e diarréia são outros sintomas da doença.
“Essas pintinhas parecem picadas de mosquito, mas na dúvida é preciso procurar o médico rápido, porque o tipo mais grave de meningite pode matar em 48 horas”, orienta a médica.
Tanto a vacina contra meningite quanto a que protege contra a catapora são recomendadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações.
“A vacina contra a catapora, por exemplo, cobre apenas 5% da população do Brasil. A maioria não pode pagar. Estatísticas apontam que a cada 100 mil crianças que têm a doença, duas morrem. Apesar da falta de estudos, no Brasil a letalidade é maior devido ao maior risco de contaminação”, diz Edimilson Migowski.
“A catapora é mais grave quando afeta crianças com menos de 1 ano ou pessoas com mais de 12 anos. Pais não devem demorar para buscar atendimento.”
Fonte: Jornal O Dia.