Segundo estudo, aumento das emissões poderá ser de 3% neste ano. China e Índia foram os que mais tiveram acréscimo nas emissões.
As emissões de dióxido de carbono (CO2), o gás que mais contribui para o aquecimento do planeta, poderiam subir mais de 3% e atingir níveis recordes em 2010 se a economia continuar avançando ao ritmo atual, segundo uma equipe de especialistas na revista “Nature Geoscience”.
Vários pesquisadores das universidades inglesas de Exeter e East Anglia, em colaboração com colegas de outros países, elaboraram um relatório sobre a evolução das emissões no mundo todo para contribuir com o Projeto Global de Carbono, criado em 2001 para analisar o ciclo global do gás.
O estudo assinala que, apesar da crise econômica que castigou o planeta em 2009, as emissões globais de CO2 procedente de combustíveis fósseis só estiveram esse ano 1,3% abaixo dos níveis recordes atingidos em 2008, menos da metade do que havia sido previsto.
Isto ocorreu porque, embora a crise tenha feito com que muitos países ocidentais reduzissem suas emissões (entre eles o Reino Unido, que diminuiu 8,6% com relação a 2008, EUA, Alemanha, Japão e França), houve aumento nas economias emergentes.
Assim, vários países com economias em expansão registraram um aumento de emissões, como China (8%) e Índia (6,2%).
Pierre Friedlingstein, um dos autores do estudo, assinala que a diminuição das emissões em 2009 não foi tão significativo como o esperado porque a queda do Produto Interno Bruto (PIB) mundial foi menor que o antecipado.
Além disso, a intensidade do carbono – a quantidade de CO2 por unidade de PIB – “melhorou só 0,7% no ano passado, muito abaixo de sua média a longo prazo de 1,7% anual”.
O estudo conclui que, se a economia globalizada avançar ao ritmo atual, as emissões de CO2 por combustível fóssil subirão mais de 3% este ano, se situando nos valores máximos registrados entre 2000 e 2008.
A pesquisa também mostrou que as emissões globais de C02 por desmatamento desceram 25% desde 2000 em comparação com os anos 1990, principalmente pela redução das emissões de desmatamento nos trópicos.
Fonte: IG – Último segundo