Um navio da organização não-governamental (ONG) Greenpeace vai percorrer parte da Amazônia e da costa brasileira para cobrar medidas urgentes contra o aquecimento global. A expedição, que recebeu o nome de Salvar o Planeta. É agora ou Agora, começou esta semana em Manaus, onde o navio Artic Sunrise abre as portas para visitação pública até amanhã domingo (11), antes de seguir viagem pelo país.
“Temos que mostrar a necessidade de o Brasil assumir papel de liderança global no combate às mudanças climáticas. O país é o quarto emissor mundial de gases de efeito estufa, principalmente por causa do desmatamento”, afirmou o coordenador da campanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário.
Durante a expedição, a ONG vai discutir questões como desmatamento, energias renováveis e a contribuição brasileira no enfrentamento ao aquecimento global. A programação inclui debates sobre os temas com a população, especialistas e ativistas ambientais.
Além de Manaus, até março o navio vai passar por seis cidades brasileiras: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos. Em todas as paradas, o barco será aberto a visitantes. Na capital paraense, por exemplo, a embarcação estará atracada entre os dias 24 de janeiro e 1° de fevereiro, durante a realização do Fórum Social Mundial.
O tour do Artic Sunrise pelo Brasil é uma das atividades que o Greenpeace organiza este ano para pressionar decisões mundiais mais contundentes em relação à redução de emissões de gases de efeito estufa e ao combate às mudanças climáticas. A ONG defende a estabilização das emissões globais de gás carbônico em 2015 e a construção da chamada economia de carbono zero até 2050.
“O Brasil deu um bom exemplo no fim do ano passado com a apresentação de metas para redução do desmatamento [parte do Plano Nacional sobre Mudança do Clima], foi elogiado pelo Al Gore [ex-vice-presidente dos Estados Unidos], pelo Ban Ki-moon [secretário-geral da Organização das Nações Unidas]. Mas tem que fazer a lição de casa. Agora é hora de implementar as ações”, avaliou.
Em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca, a Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, que reúne 192 países, deve definir o substituto do Protocolo de Quioto, cujo primeiro período de compromissos vence em 2012.
“Está chegando um momento crítico. Se não chegarmos a um acordo agora, não haverá mais tempo para elaborar um novo regime de emissões até 2013. É agora ou agora”, frisou Adário.
Fonte: Agência Brasil.