A organização humanitária Oxfam divulgou na terça-feira (02/12), um relatório em que estima em ao menos US$ 50 bilhões o custo anual para financiar a adaptação dos países em desenvolvimento à mudança climática. De acordo com a ONG, a cifra será ainda maior se o aquecimento global elevar a temperatura em mais de dois graus. O relatório foi apresentado na 14ª Conferência das Nações Unidas para a Mudança Climática (UNFCCC), que começou na última segunda (01/12) na cidade de Ponzan, na Polônia, e vai até o próximo dia 12, reunindo representantes de 187 países.

A Oxfam propõe que o processo de adaptação seja financiado com recursos da comercialização dos chamados créditos de carbono a partir de 2012. A organização estima que os US$ 50 bilhões poderiam ser arrecadados realizando leilões de 7,5% dos direitos de emitir CO2, em vez de concedê-los gratuitamente aos países que ficam abaixo das metas de emissão. – Ajudar os mais vulneráveis a lutar contra os efeitos da mudança climática é uma necessidade inegável, posto que já estão fazendo frente às cada vez mais graves conseqüências do fenômeno – disse Heather Coleman, autora do relatório intitulado “Converter carbono em ouro”. – Com a propagação de uma crise econômica mundial, esses mecanismos contribuiriam para obter dinheiro suficiente dos países mais contaminadores, sem ter que recorrer aos cofres públicos.
De acordo com a Oxfam, os países em negociação concordam que esta é uma das soluções mais práticas para evitar a “progressão das mudanças climáticas e ajudar os países em desenvolvimento a se adaptar às conseqüências do aquecimento global”. O dinheiro arrecadado com os leilões de crédito de carbono poderia ser usado, segundo a ONG, na criação de um mecanismo multilateral de fomento.

A questão dos recursos para os países em desenvolvimento é, ao lado do cortes de emissões de CO2, um dos temas mais importantes da conferência da ONU, que tem como objetivo preparar o caminho para a assinatura de um novo tratado que sucederá o Protocolo de Kyoto. A vigência do atual protocolo termina em 2012.

O novo acordo deverá ser fechado na Conferência de Copenhague, em 2009, e terá apenas três anos para ser implementado. O encontro na Polônia é fundamental para alcançar um consenso, mas, embora os europeus tenham prometido cortar significativamente as emissões de CO2, só o Reino Unido já aprovou uma lei nesse sentido.

 

Fonte: O Globo.

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