O aumento na emissão de gases causadores do efeito estufa por humanos parece ter encerrado uma diminuição natural na temporada de verão do Ártico que acontecia há muitos anos, revelam os autores de um novo estudo.

Cientistas envolvidos no trabalho, que será publicado nesta sexta-feira no jornal Science, dizem que isso oferece evidências de que a atividade humana não está apenas esquentando o globo terrestre, particularmente o Ártico, mas também poderia estar adiando o que seria uma inevitável era de gelo prevista para acontecer nos próximos milênios.

A reversão da tendência de diminuição lenta das temperaturas no Ártico, registrada em amostras de lama do leito de lagos, gelo glacial e anéis de árvore do Alasca até a Sibéria, foi rápida e pronunciada, diz a equipe.

Estudos anteriores também mostraram que o Ártico, mais que o planeta como um todo, tem passado por um aquecimento incomum nas últimas décadas. A nova análise provê detalhes década por década sobre as tendências de temperatura dos últimos 2.000 anos – um período cinco vezes maior do que qualquer trabalho prévio.

Diversos cientistas do clima disseram que o novo estudo é mais significativo por mostrar com que potência o clima Ártico parece estar respondendo ao aumento nas emissões de gases causadores do efeito estufa que está tendo uma resposta mais complexa e de efeitos sútis no resto do planeta.

Darrell S. Kaufman, principal autor do estudo e especialista em clima da Universidade do Norte do Arizona, disse que a maior surpresa foi a força da mudança do esfriamento para o aquecimento que começou em 1900 e se intensificou depois de 1950.

“A tendência de resfriamento lento é trivial comparada ao aquecimento que tem acontecido e este é o ponto final”, disse Kaufman.

Diversos cientistas que não estiveram envolvidos com o estudo concordaram que o ritmo da reversão de temperatura excedeu em muito a variabilidade natural em temperaturas árticas, apoiando a ideia de que o aquecimento foi causada pelos humanos e é potencialmente prejudicial.

De acordo com o estudo, depois de um esfriamento lento de menos de meio grau Fahrenheit por milênio, causado por uma mudança cíclica na orientação do Pólo Norte e do sol, a região esquentou 2,2 graus apenas desde 1900, com a década entre 1998 e 2008 sendo a mais quente em 2.000 anos.

Fonte: Último Segundo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *