Projeto de reintrodução de mamíferos, iniciado em 2009, ajuda a reprodução da espécie.
Rio – Um grupo muito simpático de moradores do Parque Nacional da Tijuca, que andava sumido desde a primeira metade do século passado, está de volta. Pesquisadores estão conseguindo reintroduzir cutias na região, que já estão até se reproduzindo. O programa está dando tão certo que a direção da unidade de conservação estuda usar a floresta para recuperar populações de animais em extinção.

É a segunda tentativa de se repovoar a floresta com esses animais, dizimados do parque, antes da criação do Código Florestal de 1967. Nos anos 70, foram levados para lá cutias e tucanos, que acabaram não conseguindo se estabelecer. Agora, biólogos acompanham de perto, e com o auxílio da tecnologia, as 11 cutias que foram levadas do Campo de Santana para o parque. Estima-se que os animais já tiveram entre 12 e 15 filhotes.

O programa de reintrodução de cutias começou em 2009, com o projeto de mestrado em Ecologia do biólogo Bruno Cid Crespo Guimarães, da UFRJ. O parque tinha interesse na reintrodução específica dos roedores porque eles ajudam a disseminar sementes de palmeiras. Participaram também do projeto Fernando Fernandez, do Laboratório de Ecologia e Conservação de Populações da UFRJ, e Alexandra Pires, do Laboratório de Ecologia e Conservação de Florestas da UFRRJ, além de outros biólogos, e do Rio Zoo.

8>Segundo Cid, um dos objetivos do parque na reintrodução foi usar a capacidade das cutias de espalhar sementes, principalmente as de palmeiras. “Os animais selecionados no Campo de Santana passaram por uma quarentena, exames e pesagem. Ficaram, inicialmente, num cercado na floresta. Em seguida, foram soltos gradualmente para se adaptarem”, explica.

Monitoramento via radiotransmissores

Os animais ainda receberam colares com radiotransmissores para que os pesquisadores pudessem encontrá-los e acompanhar seu desenvolvimento. Para Cid, vários indicadores estão mostrando que o programa está indo bem. “Ainda não dá para garantir o sucesso a longo prazo, mas com indicadores como o nascimento de filhotes e o fato de as cutias abandonarem a cela e se estabelecerem fora, dá para dizer que a reintrodução está indo bem”, afirma.

A direção do parque já iniciou conversas para tentar levar para a Floresta da Tijuca pássaros como o macuco e a jacutinga, que também ajudam a espalhar sementes de árvores importantes para o parque. A diferença é que, ao contrário das cutias, esses animais estão ameaçados de extinção e, caso se adaptem ao parque, a introdução pode ajudar a salvar as espécies.

Fonte: O Dia Online

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