Ministério da Saúde quer vacinar mais de 70 milhões de pessoas com idades entre 12 e 39 anos no Brasil, inclusive os já imunizados. Começa hoje a maior campanha do tipo já feita no mundo.

Dez aeronaves da Força Aérea Brasileira, 41 mil carros, mais de 600 barcos e 220 mil pessoas, entre voluntários e profissionais: o Ministério da Saúde esta pronto para a guerra contra a rubéola, que começa hoje. O objetivo é vacinar, até o dia 12 de setembro, mais de 70 milhões de pessoas com idades entre 12 e 39 anos e interromper a transmissão da doença no País. O Brasil e a Argentina são os únicos dois países do continente americano que não estão livres do vírus.

“Essa é a maior campanha de vacinação do mundo. Mas a população tem que aderir. Temos uma vacina segura e eficaz, uma campanha ampla. Ou seja, não temos motivo para continuar tendo casos de rubéola no País e surtos como os que ocorreram no ano passado”, lembra a virologista Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Mesmo pessoas que já foram vacinadas contra a rubéola ou já tiveram a doença devem ser imunizadas novamente, alerta a médica. Ela lembra que, diferentemente de outros vírus, como o da gripe que circula entre aves, e o da febre amarela, que existe nos macacos, por exemplo, o vírus da rubéola tem como único hospedeiro o homem. Ou seja, a tarefa de eliminá-lo depende dos governos e da sociedade.

“A vacina tem eficácia de 98%. Ou seja, 2% não adquirem imunidade após a vacinação. Além disso, em algumas pessoas, o número de anticorpos diminui com o passar dos anos. Por isso, é importante que todos com idades entre 12 e 39 anos sejam novamente vacinados para garantir que o vírus não vai ter como circular. Se tivermos uma cobertura de 100%, deixamos de ter a doença”, explica Marilda.

Uma das principais preocupações é a ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita, que pode causar aborto e má-formação fetal. Segundo estimativa da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), 20 mil bebês nasceram com má-formações devido à doença no continente americano, em 1998. O Brasil assinou compromisso de eliminar até 2010 a rubéola e a Síndrome da Rubéola Congênita.

“A rubéola não causa problemas importantes ao jovem e adulto. Mas representa um grande perigo para as gestantes. Quando a doença ocorre até os primeiros três meses da gravidez, o risco de má-formação fetal, cegueira, surdez, problemas cardíacos e neurológicos graves é de 90%. Ou seja, são vidas que serão comprometidas para sempre”, alerta o assessor regional da unidade de Imunização da OPAS, Carlos Castilho-Solorzano.

HOMENS SÃO O ALVO PRINCIPAL

Homem não gosta de ir ao médico, mas o sucesso da campanha de vacinação — fundamental para eliminar a doença no País — depende deles. Segundo o Ministério da Saúde, dos 8.684 casos de rubéola confirmados no Brasil no ano passado, 70% ocorreram em homens. Por isso, eles são o principal alvo da campanha esse ano.

“Eles devem lembrar que, se vacinando contra a rubéola, eles estão protegendo a mulher, a namorada, a amiga, a irmã, a colega de trabalho que podem estar grávidas e não podem correr o risco de contrair a doença”, orienta Marilda.

No ano passado, foram registrados 1.698 casos de rubéola no Rio. A maior concentração ocorreu no Centro, onde há grande número de escritórios onde homens circulam. Esse ano, foram 61 casos.

A médica lembra que um dos problemas da rubéola é que ela é assintomática em 50% dos casos. Ou seja, metade dos que têm a doença não sabe, mas transmite o vírus por aproximadamente uma semana. “O vírus é transmitido de uma pessoa a outra, por secreções respiratórias. Ou seja, uma gestante que não é vacinada corre risco ser contaminada no ambiente de trabalho, no ônibus, no cinema e até mesmo no elevador ao encontrar alguém que tem a doença”, diz, lembrando que as gestantes não podem ser vacinadas.

A Organização Mundial de Saúde estima que existam 110 mil novos casos da síndrome por ano no mundo. A falta da disponibilidade de vacinas é um dos problemas. Em 1996, 65 países tinham a vacina de rubéola em seus calendários nacionais de imunização. Em 2006, o número de países passou para 123.

CRIANÇAS DEVEM TOMAR HOJE A SEGUNDA DOSE

Os adultos não são os únicos que têm compromisso importante hoje. Todas as crianças com menos de 5 anos de idade devem ir aos postos de saúde receber a segunda dose da vacina contra a Poliomielite.

Mesmo aqueles que não tomaram a primeira dose da vacina ou perderam a caderneta de vacinação não devem deixar de comparecer aos postos, que funcionarão das 8h às 17h. A meta é imunizar 1.182.256 crianças nos 3.500 postos fixos e móveis que serão montados nos 92 municípios do estado.

A vacina não tem contra-indicações, mas crianças com problemas imunológicos e submetidas a transplante de medula óssea devem ser vacinadas nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais.

CRIANÇAS DEVEM TOMAR HOJE A SEGUNDA DOSE

Os adultos não são os únicos que têm compromisso importante hoje. Todas as crianças com menos de 5 anos de idade devem ir aos postos de saúde receber a segunda dose da vacina contra a Poliomielite.

Mesmo aqueles que não tomaram a primeira dose da vacina ou perderam a caderneta de vacinação não devem deixar de comparecer aos postos, que funcionarão das 8h às 17h. A meta é imunizar 1.182.256 crianças nos 3.500 postos fixos e móveis que serão montados nos 92 municípios do estado.

A vacina não tem contra-indicações, mas crianças com problemas imunológicos e submetidas a transplante de medula óssea devem ser vacinadas nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais.

Fonte: Pâmela Oliveira, O Dia.

3 thoughts on “Guerra declarada à rubéola

  1. Estou fazendo um trabalho para a faculdade para analisar a má formação em crianças do ano de 2006 à 2007. Quem puder colaborar com pesquisas agradeço.

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