Com o término oficial da COP 17, em Durban, na África do Sul, muitas questões ficaram de fora do debate central. Uma delas é como minimizar o impacto das mudanças climáticas no que diz respeito à fome. Segundo a ActionAid, as variações do clima são um dos maiores obstáculos para acabar com a pobreza. Como os países pobres não têm sistemas para reagir ao caos climático, os danos na agricultura familiar são muitas vezes irreparáveis. Caso nada seja feito para frear a evolução deste cenário, mais de 50 milhões de pessoas entrarão na linha da fome até 2020.

De acordo com a ActionAid, o Fundo Verde Climático é uma ferramenta crucial para assegurar investimento na área de agricultura familiar. “Os países pobres têm pouca capacidade de lidar com tais impactos. E ainda tendem a ser mais dependentes das práticas sensíveis ao clima”, afirma o especialista brasileiro em segurança alimentar da ActionAid, Marcelo Montenegro.

Apesar da crise econômica na Europa, os governos têm condições de cumprir suas promessas de destinar U$ 100 bilhões de dólares para o clima por ano. “Sem estes recursos, o Fundo Verde Climático continuará a ser um cofre vazio. Seria escandaloso que os governos deixem Durban sem acordo sobre pelo menos uma fonte de financiamento”, aponta o coordenador de justiça climática da ActionAid, Harjeet Singh.

Outra ferramenta, esta proposta pelo Banco Mundial, é que a África do Sul e os países ricos liderem a iniciativa Agricultura com Inteligência Climática. Ela contém indicações para o corte de emissões de carbono, tornando as colheitas à prova das variações climáticas bruscas. A proposta foi desenvolvida em torno da possibilidade de os países desenvolvidos compensarem suas emissões comprando créditos dos países em desenvolvimento e pobres.

Em relação à renovação do Protocolo de Kyoto, existe ainda a expectativa sobre quais países vão liderar compromissos em metas de redução de emissões após o encerramento da vigência do Protocolo em 2012.

Fonte: O Globo Online

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