O Pantanal mato-grossense passa, este ano, pelo período mais seco dos últimos 35 anos e as mudanças climáticas podem tornar este tipo de fenômeno mais recorrente nas próximas décadas. O alerta é do pesquisador da Embrapa Pantanal, Ivan Bergier.- Este ano será bastante atípico. Vai ser realmente seco. Já temos detectados focos de incêndio e a incidência de queimadas deve ser alta até o fim do ano – afirmou Bergier.

Entre 1974 e 2008 o nível do Rio Paraguai se manteve sempre alto, na faixa entre 3 metros e 5 metros. Este ano a projeção dos especialistas é de que fique abaixo dos 3 metros. A última seca prolongada na região ocorreu entre os anos de 1963 e 1973. Não é possível afirmar que vá se repetir um ciclo parecido, diz o pesquisador da Embrapa. O prognóstico indica até um aumento de chuva na região até 2050. Entretanto, também não permite descartar a preocupação com novas situações atípicas.

– Agora estamos tendo um ano muito seco e daqui para frente é uma incógnita. Pode haver manutenção de níveis máximos, mas as mudanças climáticas podem ter outros efeitos aqui [no Pantanal] como o aumento da ocorrência de eventos extremos – disse.

As chuvas acima da média histórica no Norte e Nordeste estão relacionadas, segundo Bergier, ao fenômeno La Niña, que amplifica as chuvas naquelas regiões e, ao mesmo tempo, torna o clima mais seco na Região Sul. As causas da seca no Pantanal ainda não estão claramente detectadas.

– Ainda não temos uma explicação consistente. Pode ter relação com erupção vulcânica, mas ainda não existe um fenômeno compreensível para explicar esse período de seca – afirmou Bergier.

Fonte: Globo on line.

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