Trabalhar com produtos de segurança nos coloca em contato com inúmeros profissionais de diversos ramos atuando em diferentes realidades, e com isso temos a oportunidade de enriquecer e propagar nosso conhecimento. Mas também nos mostra uma dura realidade, a de que nós e nossos semelhantes somos muito mais frágeis do que gostaríamos de acreditar.

Não são raros relatos de acidentes du­rante apresentações ou palestras e, em muitos dos casos, estes acidentes ocorrem em atividades realizadas dentro de espaços confinados. É sabido que qualquer atividade exercida dentro deste tipo de ambiente traz risco maior (aos trabalhadores que a executam) do que se a mesma atividade estivesse sendo realizada em um ambiente não confinado. Em muitas conversas sobre este tema, uma das explicações mais comuns é de que os riscos, principalmente os que são relacionados com gases e vapores, são facilmente subestimados. Um dos motivos que levam a esta atitude é que muitos dos gases e vapores possíveis de serem encontrados não podem ser captados por nenhum de nossos sentidos e em muitos dos casos, a principal ferramenta para julgamento dos trabalhadores sobre o risco que eles irão encontrar baseia-se no olfato.

Não é difícil encontrar trabalhadores operando em ambientes confinados com presença de gases (algumas vezes já dentro de concentrações perigosas) e que quando questionados, respondem prontamente: “O cheiro não está forte hoje, por isso, estamos seguros”.

Em análises posteriores para todos estes casos, normalmente encontramos duas origens para comportamentos des­te tipo: imperícia e negligência. Na imperícia existe a falta de conhecimento técnico necessário para a realização daquela atividade. Possivelmente, os funcionários não foram instruídos sobre todas as características do espaço confinado, ou o foram de maneira insuficiente, apenas para atividades específicas, sem o di­men­­sio­namento de suas consequências para todos os que estão confinados. Na negligência, por sua vez, entende-se que alguém deixa de tomar uma determinada atitude ou deixa de apresentar uma conduta que era esperada, se considerados como referência, a informação e o conhecimento que ele recebeu, e ainda assim, age com descuido ou indiferença. Embora não seja fácil, a correção destes comportamentos envolve inúmeras horas de treinamentos para formar profissionais que saibam avaliar os riscos envolvidos nos mais diversos ambientes, bem como todas as variáveis criadas pelos serviços realizados dentro destes locais. Os treinamentos têm como função principal criar o conhecimento técnico necessário e a consciência sobre todas as consequências das atitudes tomadas pelos trabalhadores.

 

Fonte: Revista Proteção

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