Médicos alertam para o risco de lentes que não protegem os olhos dos raios ultraviolentas, que aceleram até catarata.
Rio – Mais de 10 milhões de brasileiros estão trocando, principalmente no verão, a proteção, por riscos sérios à saúde, ao apostarem em óculos escuros falsificados. De acordo com pesquisa da Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica), com dados oficiais da Receita Federal, 90% dos óculos falsos apreendidos em 2009 e 2010 são solares, em um total de 10,4 milhões de unidades. Médicos alertam que a prática pode acelerar doenças como catarata e degeneração macular.

O problema é tão sério que os óculos solares são, atualmente, o segundo produto mais pirateado do Brasil, perdendo apenas para mídias em geral (CD’s, DVD’s etc). “Usar óculos escuros falsificados é perigoso porque, ao escurecer a vista, eles fazem com que a chamada ‘menina dos olhos’ fique mais aberta, mas ao mesmo tempo não bloqueiam os raios ultravioletas”, explica o oftamologista Leôncio Queiroz Neto, conselheiro da Abióptica.

Segundo os médicos, é preferível até ficar com os olhos nus do que colocar proteções inadequadas. Segundo Leôncio, quem não tiver condições de comprar óculos originais — que tenham filtros de raios ultravioletas de boa qualidade — devem optar por outras opções contra a luz do sol nos olhos. “É preferível que a pessoa utilize bonés e viseiras ou fique debaixo de barracas, do que usar óculos escuros falsificados”, diz.

O aconselhamento dos médicos, entretanto, muitas vezes esbarra em opções estéticas, principalmente dos jovens. “Nosso desafio é passar essa informação claramente aos usuários, que devem exigir, juntamente com seu padrão estético de preferência, também um padrão de qualidade na hora de adquirir um óculos solar”, comenta o presidente da Abióptica, Bento Alcoforado.

Usar óculos escuros falsos pode acelerar a chegada da catarata em quem tem predisposição para contrair a doença e também pode resultar, com o tempo, em degeneração macular, que tem como um dos sintomas a perda de parte da visão.

Fonte: O Dia Online

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