Japonês Shinya Yamanaka diz que técnicas são altamente arriscadas.
Ele e britânico levaram prêmio de Medicina por ‘reprogramação’ celular.
O ganhador do Nobel de Medicina de 2012 Shinya Yamanaka, que dividiu o prêmio com o britânico John B. Gurdon, alertou pacientes nesta terça-feira (9) sobre as “terapias com células-tronco” não comprovadas que são oferecidas em clínicas e hospitais de vários países.

Segundo o pesquisador japonês, essas técnicas são altamente arriscadas e exigem precaução das pessoas.

Além disso, a internet está repleta de propagandas que prometam curas com células-tronco para qualquer doença – como diabetes, esclerose múltipla, artrite, problemas de visão, Alzheimer, Parkinson e até lesões na coluna vertebral –, em países como China, México, índia, Turquia e Rússia.

Para Yamanaka, falsas terapias com células-tronco são ameaça à segurança (Foto: Toshifumi Kitamura/AFP)”Esse tipo de prática é um problema enorme, é uma ameaça. Muitas das chamadas terapias com células-tronco estão sendo conduzidas sem nenhum dado, usando animais com checagens pré-clínicas de segurança”, disse Yamanaka, que é professor na Universidade de Kyoto.

“Os pacientes devem entender que, se não houver dados pré-clínicos sobre a eficiência e a segurança do procedimento que ele ou ela esteja submetido, pode ser muito perigoso”, disse o pesquisar à Reuters durante entrevista por telefone.

Yamanaka e Gurdon compartilharam o Prêmio Nobel de Medicina pela descoberta de que células adultas podem ser reprogramadas para voltarem a ser células-tronco, as quais, por sua vez, podem se transformar em qualquer tipo de tecido do corpo.

“Espero que pacientes e pessoas leigas entendam que há dois tipos de terapias com células-tronco. Uma é a que estamos tentando estabelecer, unicamente baseada em dados científicos. Temos conduzido trabalhos pré-clínicos, experimentos com animais, como ratos e macacos”, afirmou o cientista.

Yamanaka, que chamou as células-tronco que ele criou de “células-tronco pluripotentes induzidas” (iPS), espera ver os primeiros testes clínicos em humanos em breve.

“Há muitas pesquisas promissoras acontecendo”, disse.

Fonte: G1 – Bem estar

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