Além deste valor, fábrica terá que plantar 15 mil árvores nas ruas afetadas.
Esta é a terceira vez que um pó expelido pela siderúrgica afeta a população.

A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) terá que pagar uma multa de R$ 10,5 milhões após um pó prateado expelido pela própria fábrica cair sobre casas em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na quarta-feira (31). A informação foi divulgada pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, em coletiva realizada no Centro da cidade, nesta quinta-feira (1º).

De acordo com o secretário, além deste valor, a companhia terá ainda que investir R$ 4,5 milhões para o bairro rural de Santa Cruz, conhecido como São Fernando e também plantar 15 mil árvores de um metro e meio nas ruas afetadas pelo pó.

“Eu não tenho mais paciência com a CSA. Eles não podem afetar a saúde da população seja porque houve rajadas fortes de ventos ou porque a pilha de resíduos onde fica o carbono e o grafite não foram umedecidas por falta de caminhão-pipa. Tomamos essa decisão depois dos estudos de saúde que fizemos no local e também depois de outros levantamentos. Não vamos mais admitir este tipo de erro grotesco”, explicou o secretário.

Minc lembrou também que esta não é a primeira vez que esse tipo de poluição atinge o bairro. Em agosto de 2010, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) multou a fábrica em R$ 1,8 milhão e em janeiro de 2011, a siderúrgica voltou a ser multada também pelo pó de prata. Desta vez, o valor ficou em R$ 2,8 milhões. Na época, a CSA também foi obrigada a pagar uma compensação indenizatória de R$ 14 milhões, para ser aplicados em obras e assim evitar a poluição.

Ainda de acordo com o secretário, caso a poluição permaneça, a Secretaria poderá tomar a decisão de fechar a siderúrgica. “Temos alçada para embargar a companhia se a população continuar reclamando sobre a poluição. Não há mais desculpas. As medidas e providências deverão ser tomadas, senão esta decisão será tomada tão longo”, completou.

Em abril deste ano, a CSA assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Secretaria estadual do Ambiente e também com o Inea comprometendo-se a modernizar o processo de produção para evitar qualquer inicidente ambiental. A partir deste quinta-feira (1º), a fábrica terá 30 dias para umedecer as pilhas de grafite para que essas partículas não voem e consequentemente, não afetem a saúde da população.

Em nota, a CSA reconheceu que a “chuva de prata” voltou a cair na terça-feira (30), “depois quase dois anos livres de ocorrências”. Segundo a empresa, com o tempo seco e com as rajadas de vento da manhã, o sistema que deixa o grafite úmido não foi suficiente para impedir a suspensão das partículas. A fábrica disse que está tomando as providências para que o problema não se repita.

“O grafite é um material não tóxico, que se forma em certas etapas iniciais do processo de produção do aço”, diz a nota.

Além disso, a companhia “está em contato com as lideranças comunitárias locais e conta com um serviço telefônico 0800 021 51 23 exclusivamente para tirar dúvidas da população”.

Fonte: G 1 – Notícias

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