A Fundacentro realizou em 2017 o Ciclo de Palestras sobre Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho, composto por três atividades: “A Lei Brasileira de Inclusão”, em 6 de junho, “Diversidade e Inclusão: Qual é o seu Papel?”, em 9 de agosto, e “Emprego Apoiado”, em 28 de novembro.

“Esse Ciclo de Palestras contribuiu muito para termos noção da legislação e de que todos têm seus direitos. Falamos da diversidade a partir da pessoa com deficiência e fechamos o Ciclo mostrando a importância de uma inclusão de melhor qualidade para que as pessoas com deficiências severas possam conquistar o mercado de trabalho”, avalia a coordenadora técnica do evento, Eliane Vainer Loeff. “Qualquer pessoa com deficiência, desde que seja capacitada e tenha os recursos necessários, pode atuar em qualquer segmento”, completa a educadora da Fundacentro.

A questão do emprego apoiado é fundamental para pensar esta inclusão de qualidade, especialmente pessoas com deficiência intelectual, múltiplas deficiências e deficiência severa. “Essa metodologia é muito eficaz para a inserção das pessoas com deficiência. Não só para inseri-las como para elas permanecerem nas empresas”, explica Eliane Loeff.

Emprego Apoiado

Para falar sobre essa temática, a Fundacentro convidou a especialista em Emprego Apoiado pela Universidade Federal de São Paulo – Unifesp, Sônia de Freitas Toledo Rodrigues. “As pessoas com deficiência não devem ser isoladas. Eles precisam interagir com os outros. Todos têm competências”, afirma a palestrante.

Em sua avaliação, precisamos mudar o nosso olhar e vermos que as pessoas com deficiência são capazes. Elas devem participar da sociedade, e o ambiente precisa ser modificado de acordo com a necessidade delas. “A gente ouve no Brasil casos de empresa que contratam por causa da Lei de Cotas. A pessoa é colocada em cursos, mas nunca dentro da empresa. Isso aumenta a segregação”, alerta.

A metodologia do Emprego Apoiado pode ajudar a mudar esse cenário. O termo em português remete à expressão Supported Employment, movimento que surgiu nos Estados Unidos, no início dos anos 1980, e gerou um programa de financiamento de projetos para pessoas com deficiência e com doença mental. Projetos inspirados na experiência americana também foram utilizados em países da Europa.

Segundo a definição de Alexandre Prado Betti, citada no livro “Emprego Apoiado uma leitura psicanalítica”, Emprego Apoiado “é uma metodologia que visa à inclusão no mercado competitivo de trabalho formal, de pessoas em situação de incapacidade mais significativas, respeitando e reconhecendo suas escolhas, interesses, pontos fortes e necessidades de apoio”.

As principais características do Emprego Apoiado são colocação no mercado de trabalho em ambientes inclusivos, atendimento prioritário para pessoas com incapacidade mais significativa, disponibilização de apoios contínuos que garantam acesso, retenção e desenvolvimento no trabalho e atendimento individualizado, respeitando as escolhas e promovendo a participação.

Também deve ser realizado a partir de alguns princípios: suportes individualizados e flexíveis, exclusão zero e planejamento centrado na pessoa. Dessa forma, evita-se a segregação ao mesmo tempo em que se valoriza a escolha individual da pessoa, sua autodeterminação e capacidade de assumir papéis.

 

Fonte: Fundacentro

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