Para minimizar os efeitos da seca, o Ministério da Integração Nacional distribui água para a população por meio de caminhões-pipa no semiárido nordestino. Contudo, para garantir que a água chegue às comunidades rurais que enfrentam a estiagem e evitar desvios, o Exército faz uma operação para fiscalizar a entrega desse bem escasso.

Cerca de 350 militares atuam diariamente no monitoramento das cisternas abastecidas e dos pipeiros em campo. Eles verificam a documentação, as condições dos veículos e a qualidade da água depositada nos pontos de abastecimento.

Para o general Pedro Fioravante, do Comando Militar do Nordeste, responsável pelas operações, “a importância da fiscalização é mitigar os efeitos da seca sobre a população. Estamos apoiando cerca de três milhões de pessoas para levar água de qualidade aos sertanejos que sofrem com as agruras da seca”, ressaltou.

O Exército fornece aos pipeiros uma planilha com os locais que devem ser abastecidos e tabletes de cloro para serem adicionados à água. Os pipeiros são responsáveis por buscar a água nos mananciais e acrescentar o cloro à água captada nas cisternas.

Monitoramento

Cada carro possui um Módulo de Monitoramento Embarcado (MEI). O equipamento informa, por meio de sinal de GPS, a localização do veículo desde a coleta até a entrega. Essas informações são enviadas por satélite ao Comando de Operações Terrestres (Coter), do Exército.

O MEI possui um leitor de cartão, o G-Pipa, que fica com um representante da comunidade, que recebe a água do pipeiro, que é usado para atestar a entrega. Essas informações também são transmitidas on-line para o Comando Militar do Nordeste pelo sistema Gestor de Distribuição de Água (GCDA).

Segundo o general Fioravante, a fiscalização ajuda a coibir irregularidades. “Já vimos alguns pipeiros colocarem câmaras de ar dentro das pipas para carregar menos água, o que acaba prejudicando a entrega no ponto final, que é a cisterna que vai servir à comunidade. Também há casos de coação com o apontador para assinarem a planilha dizendo que receberam a água, quando na verdade não receberam”, lamentou.

Contudo, Fioravante assegurou que os desvios não são admitidos. “Nosso grande objetivo é levar água de qualidade ao sertanejo. Por isso, não toleramos qualquer irregularidade. Nos últimos anos, em torno de 200 piperos foram afastados por conduta irregular, o que é crime. Afastamos de imediato o pipeiro, que foi substituído”, explicou.

Abastecimento

Ao todo, são 78.716 pontos de abastecimento espalhados por 849 municípios de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco,Rio Grande do Norte, Sergipe, além de Minas Gerais e Espírito Santo.

Os moradores desses estados recebem cerca de dois bilhões de metros cúbicos de água por mês, o equivalente a 20 litros diários por pessoa. No total, 3,9 milhões de pessoas são beneficiadas pelo programa.

Para garantir a logística da operação, o governo federal investiu este ano R$ 778,4 milhões no programa. Para atender a população temos 6.798 carros pipa contratados. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, O programa está em operação desde 1998.

 

Fonte: Portal Brasil

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